Salmo de Carne e Aço I [Morte-Vida em Gólgota]

Esse teatro é um show para sádicos

Que montam seus arcos em noites de saturno

As estrelas se alinham em seu turno

E os portais de Gólgota escancaram

Como cortinas da peça, nós abrimos as pernas

Pra multidão penetrar, uma fila única sem pensar

Nessa procissão fúnebre sem pesar ou luto

As cordas das marionetes são canos e dutos

Introduzidos em nossas veias pelo maquinário

Nossos corações são carne virulenta

Onde compartilhamos emoções violentas

Nesses campos de Carne e Metal

Onde a Sacerdotisa inicia o ritual

O Pai das Máquinas propaga o mal

Um paraíso onde os Anjos são mecânicos

Um Inferno de cobre e membros biônicos

Existência profana onde Babalon é uma boneca

Evangelho de Sangue e Aço, cínico simbolismo

Cujo lirismo romperia a sanidade até de Dante

Onde eu, dracônico, murmuro com minha alma ôca

"Seja bem vindo a Gûlgotha"!

Damien Void
Enviado por Damien Void em 24/05/2018
Código do texto: T6345657
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