Salmo de Carne e Aço I [Morte-Vida em Gólgota]
Esse teatro é um show para sádicos
Que montam seus arcos em noites de saturno
As estrelas se alinham em seu turno
E os portais de Gólgota escancaram
Como cortinas da peça, nós abrimos as pernas
Pra multidão penetrar, uma fila única sem pensar
Nessa procissão fúnebre sem pesar ou luto
As cordas das marionetes são canos e dutos
Introduzidos em nossas veias pelo maquinário
Nossos corações são carne virulenta
Onde compartilhamos emoções violentas
Nesses campos de Carne e Metal
Onde a Sacerdotisa inicia o ritual
O Pai das Máquinas propaga o mal
Um paraíso onde os Anjos são mecânicos
Um Inferno de cobre e membros biônicos
Existência profana onde Babalon é uma boneca
Evangelho de Sangue e Aço, cínico simbolismo
Cujo lirismo romperia a sanidade até de Dante
Onde eu, dracônico, murmuro com minha alma ôca
"Seja bem vindo a Gûlgotha"!