Na primeira refeição do dia
De café, servia-me
Com pensar da enxaqueca dissipar
E aos primeiros goles
Meu imaginar há de trabalhar
Levando-me a loucura de interpretar morte no esfumaçear
O reflexo que se dava no fundo escuro da caneca
Teleportou-me à sete palmos do futuro
E tão ausente senti-me
Que minh'alma teria perdido seu valor
E um looping de inexistência tomou-me o interior
Preenchendo meu viver de fungos e ferrugem
Tirando-me o direito de liberdade
De poder enxergar qualquer grão positivo que pudesse germinar
E resultasse em um sentimento de ressuscitar-me
Ao último gole do café
Absorta sobre o comum final de todos
Me pus a refletir
Sem compreender o porquê
Nos tornamos, antes do prazo, mortos uns com os outros.