Navalha
Então eu venho com asas cortadas
E os pés pregados no chão
A visão da vergonha, a face da enganação
E eu suspiro novamente com a faca na mão
Um gemido de dor, como uma criança
É o som da morte e desesperança
O lamento de sonhos que não se realizarão
O fim patético de um anjo de corrupção
Enquanto ela chora, eu corto a aurora
Sou um pregador que não fala
Minha mensagem é passada pela navalha
Rodeado por moscas, sou um Cristo quebrado
Com coroa de arame farpado e o olhar fixado
Um anjo deformado, uma estátua lapidada
Limpo a faca na pele pálida, um sorriso angelical
Enquanto o céu vai se abrindo entregue ao Mal.