Navalha

Então eu venho com asas cortadas

E os pés pregados no chão

A visão da vergonha, a face da enganação

E eu suspiro novamente com a faca na mão

Um gemido de dor, como uma criança

É o som da morte e desesperança

O lamento de sonhos que não se realizarão

O fim patético de um anjo de corrupção

Enquanto ela chora, eu corto a aurora

Sou um pregador que não fala

Minha mensagem é passada pela navalha

Rodeado por moscas, sou um Cristo quebrado

Com coroa de arame farpado e o olhar fixado

Um anjo deformado, uma estátua lapidada

Limpo a faca na pele pálida, um sorriso angelical

Enquanto o céu vai se abrindo entregue ao Mal.

Damien Void
Enviado por Damien Void em 05/04/2018
Código do texto: T6300548
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