ANGÚSTIA.
Ao pensar no que temes
o coração engole-te
tua alma e teus íntimos pensamentos
põem-se na face
não há sorriso que disfarce
é o horror à espreitar-te
perguntar-te-as o que é que há?
Mas respostas não terás!
E tão pouco o silêncio.
As ruínas e seus pilares,decênios
Tu te contentarás?
Fugirás?
Então não tema esse medo que te divide
o cérebro!
Mas tu tens flagrada a coragem aos berros.
Perguntando: - Quem me responderá?
Nas trevas e na luz,
a parede e a porta.
Para não ser reconhecido;virás de costas.
Ai...que dor no altar depositei!
Piedade de mim! Será que dessa angústia não
terei o fim?
Que dor fora eu arranjar!
Pois sem conhecer,por desejos do infinito saber
e com supostas afirmações que não sei aonde me irão ter!?
Agonia,
descendo sobre as cabeças,pergunta sem causa mesmo que
doída pareça,
mas da humanidade toda,de uma parte tu não tens a terça!
Vencida serás!
Nem um véu,dar-vos-á
pois fizestes até mesmo o ignorante se questionar.
Agonia!
Suceder-te-ão noites e dias
e aquilo que tu fazias
o fim te trarás.
Respostas estarão no altar e o peito à saltitar,
o coração à falso descansar,
comemorando e respeitando,para depois recomeçar.
Será a festa da sabedoria!
Até a face angustiada e pálida de Chopin
revelará toda alegria.
Sabes por que melancólica tristeza?
Porque tu não és indecifrável!
És questão respondida num elo de anel.
Oh,angústia,desculpa-me por ter que
friamente mostrar-te a tua mesma repudiada filha,
fruto teu que estás nos homens
como uma afastada ilha...
Agonia! Agonia!
Perdoe-me,
mas agora tenho de enterrar-te,
mas sorrias...
pois sepultar-te-ei no peito
daqueles que sempre fingiram que te conheciam.