Penas Negras
Estou no limbo, de um abismo
de mentiras, de cinismo.
Aqui vivo, rastejando
me perdendo, me encontrando.
E não há cidade, que me agrade
pois meu ser, que é só maldades
não encontra condição
de se viver em solidão;
E o meu pecado, foi ser puro
ser aurora do dia escuro.
E condenado, sigo escondendo
a agonia que estou sofrendo
e nos meus dias, não há paz
pois no inferno estou vivendo
por ser o anjo que amou demais;
A maldade vem de cima
e a sua herança, não é esperança
mas a penumbra das lembranças
para o fim de tudo que se aproxima;
E a minha peça não tem palmas
devo punir as pobres almas
e castigar, neste lugar
me serve ao tédio, que por intermédio
me cala a mente que não tem calma;
A dor da carne anula o tempo
pois são breves os bons momentos
mas perduram a eternidade
os infindáveis dias de sofrimento;
De enganador tu me chamas
mas é a fé cega que lhe engana
olha e vê que estou vivendo
mas também sigo morrendo
por um pai, que não me ama.