Mágoa
Essas Lágrimas de Desespero
Queimam pelo meu olho cego
Escorrem em meu rosto áspero
A Dor é maior que eu espero
Pontos púrpuras se movem na retina
Na superfície negra do quarto
Aves de mau agouro presas na cortina
O cântico antecipa a vileza do ato
Ela cobre tudo como se fosse etérea
Me cerca como um manto de fúnebre matéria
Entranha-se em minha Alma
O Temor me devora com calma
Os braços dela me envolvem
No Oceano de Lágrimas que me cobrem
Me tragam para o negror da água
No fundo do abismo me transformam
Vendas impedem de ver a emoção
A foice rasga como gancho o coração
Em suas mãos uma faca Afiada
Eis que sou então
o próprio Avatar da Mágoa.