O Fantasma que me Assombra
Sabedoria que possuo aprisionada
Adquirida em uma alma conturbada
O cajado apoia o peso de décadas
Pesado, totalmente só é o coração
Vago pelas noites, por dias a fio
Tropeço, caio, encontro o chão frio
Abandonado por ela, que me assombra
Aquela cuja face vejo em cada sombra
Busco pelas mãos macias e pálidas
Saudosas são as suas costas cálidas
E eu, pobre eremita, vago pelas ruas
Lotadas de assassinos e cortesãs nuas
Sem poder nunca encontrá-la novamente
E enquanto esse fantasma me assombra
De joelhos, imploro e rogo a sombra!
Que venha minha última e derradeira
A paixão final que incendeia o sábio
A amante morte e sua cama de madeira