Trespassa-me o coração
N'outra noite eu chegava... Aço numa das mãos
Comigo vinha uma moça... na tez tinha a perfeição
Trazia consigo uma jura, uma prova, uma certidão
De mim provinha a letra na qual estava a inscrição
Rogava-lhe que lesse, enquanto estendia a mão
Abriu então o escrito... tremia em medo e tensão:
"Agora vai e te arma, trespassa-me a carne
Faze-o rapidamente, sem medo de lancear-me
Com teu ferro, tua graça, meus demônios cairão
E fenecidos, e alquebrados, e inertes jazerão
Como eu mesmo; então brado: trespassa-me o coração!"