COALESCÊNCIA

Grande aventura é falar do que é morto,

É cantar o trágico diante do que é horrível,

Predestinar substâncias, sentir-se irredutível

Na noite negra que é a sexta 13 dum agosto.

É o labirinto de uma antropofagia sem instinto

Que ensurdece a agonia do gemido moribundo,

Decompondo-se ante o abstrato corpo imundo

Que adormece os pródromos de licor e absinto.

Na gestação das ideias secretas o letargo oprime

A furna onde os átomos viscerais devoram o vime

Que dá sustentação aos hirtos alicerces dos desejos...

Eis a chaga do desalento e do desconforto fúnebre

Que se eleva ao grau infinito de putrefação e lume

Para fossilizar de concreto os devaneios dos cotejos!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 16/12/2017
Código do texto: T6200816
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.