MAIS ESTRANHO DO QUE A BONDADE

Mais estranho do que a bondade

Uma luz engarrafada de hotel

Transbordando tudo

Mãos molhadas no vulcão

Firmam em sua pele

Mais estranho do que a bondade

Você se afaga

E moe meus ossos macios e frios

Seu mapa de desejo

Queimado em sua carne

Mesmo um ingênuo pode ver

Uma estranha escada iluminada

E lá encontrar uma corda pendurada

Mais estranho do que a bondade

Chovem chaves tais como cabelos do céu

Não há lar, não há alimento

Nos sentamos no portão e pinchamos

A fruta descarnada de sentimento

Morrem na luz

Mais estranho do que a bondade

Suas mãos adormecidas viajam e tardam

Mais estranho do que a bondade

Você me possui despretenciosamente perto

Diga me, estou sujo

Nicolas Correa
Enviado por Nicolas Correa em 09/12/2017
Reeditado em 08/02/2018
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