Chá (com os Mortos)

Repousas em tua Casa

Ave de asas feridas

Conhecestes na Vida

Algumas coisas raras

Como amizades perdidas --

Joias que a poeira e o tempo levaram

E agora -- sob um teto de pedra

Reto, quiçá infinito --

Ecoam em silêncios teus gritos

Suspiros mortais que remetem ao Rito

Debalde tentaram mil evocar-te

Lançando mãos de rezas, sortilégios, Artes --

Pudera!

No entanto, quão audazes não o foram

Aqueles que imaginavam trazer de volta a fera?

Há ilusões encarnadas em cada canto da Casa

Fantasmas famintos, sombras vivas e miasmas

E em Teu Labirinto de Dor Esperançosa

Dorme em aparente Recanto que Apraz

Furiosa Dama Sinistra

Cujo nome traduz a Conquista

De Forças Ocultas e Furiosas

Que ninguém no mundo desfaz!

(Aos Leitores de Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos e apreciadores de Christian Death, Diamanda Galãs etc.)