Havia chuva nos olhos dela

Noite que descia vestindo escuridão; pousou no chão e

deixou ombros pendentes para o nascente.

Na manhã viria o sol trazendo novo dia.

Mas havia chuva nos olhos dela...

O que fazer de flores, senão sentir perfumes?

Jardim de saudade eleva-se em brumas.

Parques fechados, guardando gritos de crianças que brincaram.

Solidão retoca a maquiagem na lágrima que desce.

A ferrugem corrói o homem máquina por dentro.

A mulher se veste de nudez e uma rosa vermelha apenas.

A vida corre nas avenidas vazias;

O sangue trafega frio nas veias,

o luar tenta ver por brechas de nuvens.

Quanta vastidão no peito das pessoas!

E quanto se sabe que nunca se preencherá de amor!

São medidas extraordinárias, todas as aspirações de bem.

Mas são tão ordinárias que o egoísmo é que convém.

Takinho
Enviado por Takinho em 08/11/2017
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T6166164
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