A TUA VOZ
Aquela voz, que gritava em meus ouvidos,
Chacoalhando as minhas estruturas,
Despedaçando as vidraças da loucura,
De repente, já não é – silenciou.
Notei que foi ficando cada vez menor,
Mais baixa, insegura, mais dentro da caixa,
Sob a tampa fechada do não existir
Sempre menos audível, até que secou.
Ah, voz, que imagina que algum mal me fez,
Gritaste tanto, que a tua garganta arrebentou,
Ao invés dos meus tímpanos, que são fortes!
-Secou o teu veneno, a tua estricnina...
Agora, jazes muda, nalgum canto ou esquina,
E nem a mendigar a tua voz se ergue!
Morreste no silêncio por eu não te ouvir,
Perdeste teus sentidos, pois não senti,
No vácuo do vazio que é a tua sorte.
Aquela voz, que gritava em meus ouvidos,
Chacoalhando as minhas estruturas,
Despedaçando as vidraças da loucura,
De repente, já não é – silenciou.
Notei que foi ficando cada vez menor,
Mais baixa, insegura, mais dentro da caixa,
Sob a tampa fechada do não existir
Sempre menos audível, até que secou.
Ah, voz, que imagina que algum mal me fez,
Gritaste tanto, que a tua garganta arrebentou,
Ao invés dos meus tímpanos, que são fortes!
-Secou o teu veneno, a tua estricnina...
Agora, jazes muda, nalgum canto ou esquina,
E nem a mendigar a tua voz se ergue!
Morreste no silêncio por eu não te ouvir,
Perdeste teus sentidos, pois não senti,
No vácuo do vazio que é a tua sorte.