Absinto
Por que faz calor e o calor que faz não é este que aquece;
O calor que faz transpira acidez invade nostalgicamente
O profundo dos nervos mais entranhados!
Cálice verde, profano embebeda!
Como fogos de artifício abrandam os olhos,
Seduzindo tua presa indefesa;
Profunda e alarmante substância, penetrante,
No consciente, no tremor do corpo que espasma e reluta.
Chama verde que emudeci, instala-se, entra...
Embebeda e alucina, devora-me chama verde!
Enaltece a intensidade do ilusório, criando agulhas na pele;
Enturvando a visão, relaxando os ais internos...
Por ultimo, acalenta o reprimido ser em teu verso;
Recolhe - o para o mundo dos ideais e dos impulsos...