Sombria Invocação
Como uma suave angústia
A me acariciar a alma com
Meus mais medonhos sonhos,
Invoco com todo o meu ser
Esse doce sussurro que vem
E vai, insinstindo para que
Toda candura que aqui
Me sufoca e aflige me receba
No mais nobre amor morto
Em mais essa bela noite vazia.
Com toda a doce mágoa
Sinto, do fundo da alma,
Essa sombria invocação
A sustentar-me o ser desde
O âmago, numa angustiante
Alegria a me arrancar do peito
Todo o louvor que outrora
Senti ao acolher no fundo
De minha mente, num túmulo
De esquecimento em que agora,
Ah!, agora, com o mais angélico
Rancor afunda cada vez mais
No fundo da alma a cada vez
Que invoco a nobre dor de amar.