A PAZ DOS MORTOS
Eu sinto paz.
Ao menos hoje, eu sinto paz.
Talvez por que saí de casa,
Falei com pessoas, e vi que ainda não morri.
E por falar em morrer, sinto-me tão vivo entre os mortos!
Que passear entre as alamedas do cemitério, faz-me tão bem.
Cemitério é praça linda!
Arquiteturas variadas, estatuário lindo, sombras refrescantes, silêncio.
Sinto-me tão bem entre eles que... Ou eu estou morto...
Ou eles estão vivos... Será? Não importa.
Eu me sinto em paz.
Hoje eu estou em paz.
Talvez seja a fase eufórica da bipolaridade,
Quiçá não seja ilusão de amor.
Ou simplesmente seja só a satisfação mesmo,
De sentar em um lindo gramado, cercado de gente que nada diz, só ouve...