CHOREI AMARGAMENTE
A escuridão é tanto que quase a toco
e minha pele fica arrepiada com o frio cortante.
no casebre, no topo da montanha, uma luz fraca
bato á porta, ninguém atende... empurro... entro...
numa cadeira de balanço um velho de barbas longas
pitando cachimbo, sorrir para mim com sua boca sem dentes
recuo, com medo daquela figura horripilante, mas ele não liga
e diz: entre minha filha, o casebre é seu, você nasceu aqui
como assim? se sou o anjo da noite, como assim?
ele disse: sua mãe lhe deu de presente à Rainha Anjo da Noite
e ela a criou como filha... eu sou seu pai...
pai? e onde está minha mãe?
tirou a própria vida quando foi forçada a presentear a Rainha...
Papai! Papai!
me perdoe, sou culpada pela morte da minha mãe...
Não, não é.
Você foi prometida à Rainha desde antes do seu nascimento.
Oh! chorei amargamente!
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Linda composição,
como sempre,
mas confesso que me entristeci ao ler.
Tu dás vida, não morte;
teu choro salva,
não castiga;
e tua poesia clareia
muitos túneis escurecidos,
viu?