O adeus aos dias encantados
rompido (em)pranto
a câmara fria
o escuro e macio caos
o repouso infinito
ápice sólida etérea
ossos desencarnados
repousam os cabelos sob o mármore
o semblante para
e nada mais
o frio corta como lâmina
em meio ao a-sombro instante
a sombra fria
delira um último olhar fiel
o amor subsiste
é tradução posta
evoca
não morre
é sólida haste
eterno amor
deste dia que desce ao meio
a sombra flutua rente ao chão
deixo meu coração contigo
diz aos serafins que Deus te emprestou
aos anjos e por isso te enviou tão cedo de mim.
*
*
*
Teu nome será para sempre e nisso nenhum minuto parou]
A morte de nós dois é tentadora diante da tempestade da terra,
está assombrada, com olhos de demônios, só lamentações e sem esperanças...
Infinda e já não posso ficar sentada enquanto espero,
caminho enquanto não rastejo, atravesso os umbrais por que lá sei que ela (a alma) estará sempre levantada, altiva e não de joelhos.
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NOTA NECESSÁRIA:
Ao poeta dos imensos que admiro e que passa um deserto. O ser humano vivo que passa o afundamento de veludo. O lamento da alma triste sorrindo, a poesia sangra os véus.
Preciso de toda força para me manter no deserto. é. É. E te fazes. Diferente dos outros poetas. Despertas, e não sei, sinceramente, o que seria acendermos um universo juntos. Não posso supor uma avenida com um fim, mas não posso supor o fim de uma paixão sem nem saber por quem se pode apaixonar, independentemente de qualquer imagem do mundo!
O discurso pode não ser claro, e apesar do pouco significado da resposta, digo: Não fui abençoada com a visão do pássaro de luz acima da câmara fria que habita-te. Sinto o deserto que o teu nome grita porque ele abre o vácuo, à noite, como não ouvir? Não ouso dizer uma palavra, nenhuma palavra, porque palavra não há que ouse dizer, e é como se a tua palavra ficasse em ais, mas é apenas o profundo respeito ao deserto que atravessas. Sigo daqui com o bico negro em teu coração, condoída, esperando que os anjos reclinem a tua cabeça e um alento à palavra de volta a tempestade, que seja sinal de despedida nesta volta da sombra rente ao chão. Que dor! Que dor! Que o teu coração siga da dama que teu Deus te emprestou e a sombra então seja pluma leve em meio a essa tempestade que atravessas.