Oblívio

Há muito, fiz-me crer de uma necessidade.

Cujo julguei com veemência

Que me moverias a viver.

Me pus diante de um campo

Alastrado por pequenos e grandes abrolhos,

No qual, fora-me dito que, se eu os passasse

Por mais que meu pé fosse descarnado

E a dor enfraquecesse minha alma,

No fim, receberia a cura de todas as feridas

Pois então, o fiz!

Dei o primeiro passo, doera intensamente

Porém, a agonia não fora o suficiente

Para cultivar em mim, o desejo da desistência

Dei o segundo passo, doeu ao extremo

O tormento que eu senti, não se comparava

À tristeza da primeira fincada,

Pois fora diferentemente doloroso

Ainda assim, não capaz de me derrubar

Deste modo, prossegui em incontáveis passos

Cada um com sua dor única

Que parecia durar anos

Cada um com sua peculiaridade

Que enchia meu coração de mágoa

Cá estou eu, forte

Cá estou eu, fraco

Com os pés esburacados,

E o coração desgraçadamente estilhaçado

Não suporto mais nenhum passo

Me encontro perdido e empalado,

No meio de milhares de espinhos

Quebrado, frustrado, cansado.

Eis, que deixo aqui marcado,

Com sangue diluído em lágrimas

Minhas últimas palavras

Para esta causa que só tem se mostrado utópica!

Apesar de tudo, ainda acredito no calor alheio

E que ele pode ser combinado ao meu,

Há muito, aprisionado pelo frio martirizante

Porém, ainda vivo e cintilante, todavia contido

Acredito na felicidade provinda

De um segundo sorriso

Tenho fé que todo sofrimento,

Pode ser dissipado por um enlace banhado em ternura

Banhado em amor!

Por mais que eu não esteja mais atrás do meu antigo "ansiar"

Ainda creio de que, no fim, existe o que pode curar minhas aflições

Apenas não tenho mais forças para continuar

Abstract Androgynous
Enviado por Abstract Androgynous em 08/01/2017
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