AQUI JAZ UMA POETISA
Quando eu partir
não me cubram com flores,
o cheiro delas me incomoda.
Um pequeno travesseiro
sob minha cabeça, para
que eu não fique tonta.
Cubram meu corpo com
um véu de tule e não
cruzem minhas mãos.
Chorem se desejarem,
com o tempo voltem
a sorrir, eu estarei bem.
Na minha lápide
escrevam simplesmente:
'' aqui jaz uma poetisa ''.
Quando o féretro descer
à campa, que volte tudo
ao normal: vida que segue.