Cemitério de Versos
Nesses versos curtos, regresso
Ao meu ninho, lar límpido, confesso
Um amargo na boca que invade a garganta
Esse nó em minhas cordas, me impede a dança
Do tendão um sonoro gemido
Usando minhas veias, cordas de violino
Teço as teias desse lamentado encanto
Traçando cores rubras de recatado espanto
Não nego o receio ao silêncio em pavor
Dessas palavras borradas, implorando amor
Do âmago doce um riso sacana
Banhando esses versos na poeira da cama
Viro e mexo, remexo em lembranças
Mar calmo longe de tempestades sem fim
Do fundo do poço, um copo cálido de esperança
Afogando a lâmina no meu puro carmesim.