Exorcismo amoroso

Falamos imenso entre nós

Mas pouco dizemos um ao outro,

Talvez seja da nossa voz

A ecoar no ouvido doutro.

Conheces bem os meus fantasmas

E os assombros que me agoniam.

Eu não sei porque te espasmas

Com as tristezas que nos guiam:

Aceita a maldita realidade

E abraça a dura agonia

De que a pura maldade

É o nosso prato do dia.

Guio até Lisboa:

Deslumbro-me na rua Augusta,

A vista é tão boa

Que a realidade até me assusta

Porque na paisagem que miro

Marchas tu lentamente

Ao compasso do meu suspiro

No passo de toda a gente.

E quando chegas a mim

É minha alma que pasma

Ao ver que junto a ti

Não existe qualquer fantasma

E quando me cumprimentas

Desaparecem os meus assombros

Caminhamos então lado a lado:

Encostados pelo os ombros.

Teodoro Aparício
Enviado por Teodoro Aparício em 17/12/2016
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