Sob(re) o Corvo

Na escuridão nada há de estranho

Pois lá resido e me encontro,

E me ponho no vasto infinito

Ao lado de um corvo.

[“Fique

comigo!”]

Na noite de mais profunda contemplação

O corvo traz uma luz fosca, quase boba

No que fito olhar – e não em vão

Que a lânguida leveza enaltece

[“Trago

consigo!”]

As penas negras me seduzem funebremente

E no olhar negro, Raven – O corvo

Feitiça calmamente ao prepotente consciente

Que já não via estrelas no quadro negro

[“Hipnótico

Contigo”]

A brisa noturna quase me fez esquecer

De enaltecer os pares de círculos

As esferas redundantes dessa noite

pegar-te-ei com meus dedos

[“Batimento

Acelerado”]

Sobre a bênção de Vênus, eu me separo

E você em voo rasante se despede

Ao passo que não me desfaço das asas

Do odor de carne, da saliva e do abraço.

[“Bendito

Corvo”]