ESTILHAÇOS
Num corpo vazio gritam as almas profanas
Invadem corredores das mentes humanas
O som q' se assemelha é o que se tortura
Na mente é fato, é razão, é amor ou loucura.
Amontoados os estilhaços no coração poeta
Destilam um gosto amargo na alma inquieta
No previr, são interligados presente e outrora
No frio da noite, ouve-se choros até a aurora
Marejados olhares sigam-na na escuridão
Cuidado é preciso seguir em frente à razão
Coração atordoado pede abrigo à mão amiga
Sensibilidade à flor da pele, na carne abriga
O bálsamo curador que na alma previne
Algemas que machucam a carne que define
O quão a dor é bendita quando a alma aceita
As provas e expiações d' uma alma imperfeita
(Simone Medeiros)
19/06/2016