MORIBUNDO
Silencio visita?!
Silencio nesse recinto adoentado
as vistas estão ansiosas
com a vida do coitado.
Que em seu leito de agonia
interroga todo dia...
para onde vou seu doutor?
Não me deixe partir assim
tenha pena, por favor,
aquela pena de amor.
Uma pena que não despena
não voa e nem bate asas
uma pena de pura pena
só me deixe ir, para casa.
Seu doutor... E o corredor
com tantos olhos calados
caras e caras de silencio
e semblantes desconfiados?
Parece-me tanta dó
como se já fosse finado
não me deixe ir seu doutor
tenha pena desse coitado.
Antonio Montes