A fera
As folhas caem da árvore,
Até vossos caminhos ao chão.
Ressecadas e sem vida se encontram.
O lobo em meu coração passa fome.
Teus uivos ecoam por toda a minha alma,
Suplicando a todo custo,
Algo que cesse tua inópia
Tua lazeira não pode ser saciada,
Com o que antes a cessava.
A fera não clama mais por amor.
Tentei alimenta-la com o ódio
Porém, só a enfureci mais.
Ó, lobo faminto.
Imploro-te, pare com teu grunhidos de agonia.
Tua lamentação nutre minha dor.
Aquilo que tu anseia não volta mais para nós.
Então, querido animal,
Escrevo-te este poema
Para que tu se lembre o quão bom foi lutar por aquele amor.
E, que talvez assim sua carência seja enfraquecida.
É como mil e uma aguilhoadas em meu peito.
Todavia, amável canino,
Preciso lhe dizer,
Não podíamos sustentar algo tão supérfluo.
DEMONSTRE! Tudo o que sente agora.
ESQUEÇA! Os bons momentos ilusórios.
Já passara e nunca mais voltará.
Estamos juntos, companheiro.
Caminhando por essa floresta tomada pela caligem.
Sentindo o orvalho na pele.
Não morreremos hoje.
Pois amanhã teremos pelo o que lutar.
Não sucumbiremos à perdição de tua avidez.
Pois amanhã teremos pelo o que amar,
Em meio à uma sinfonia melancólica.