Desolada.
Não importa o que esteja fazendo
Onde estão os meus pensamentos?
Se rastejando, movendo esse pedaço de carne para o trabalho e trazendo o de volta para "casa"
Onde os sonhos foram embora a muito tempo, e a tristeza e solidão ocupam todo o espaço
Um desperdício de espaço!
Sendo devorada por urubus quando não resta outra opção de carniça...
Sim fede, cheira mal, não suportam
Quem se fez corajoso de tentar me levantar ou me apoiar nos ombros não aguentou o fardo de mim, não suportou ver arder as narinas
Doe-me a alma... alma? Que alma?
Dói-me por dentro saber que inútil me tornei, onde o espelho me evita e o sono não faz prezença
Olha só, correndo a traz de um pouco de paz, no dia mundial da paz aqui estou atormentada pelos menos, pelos pensamentos infames e pela agonia da minha própria exixtencia
Sozinha, bem distante das informações impostas e cobradas pela sociedade
Política, física, química, matemática, amor e ciências biológicas
Derretem dia a dia junto a nojeira que eu mesmo crio e me alimento
Onde está aquela vontade louca de viver?
Fora deixada há anos, vi arder, mas se apagou quando num túmulo te vi descer
Passado, não quero sentir o amargo outra vez...
É mais fácil negar, disfarçando com um sorriso sínico e sarcástico que roem as estruturas do meu ser consciente
Acabada, infeliz a sombra de uma arvore morta
O sol não me aquece mais
Eu num deserto estou agonizando...
Parecendo que a morte nunca vai chegar
Que vergonha! Sim, passamos como desconhecidos, esforçando para fingir.
Descalça os pés, olha pra cá, vem sentir na pele esse chão frio, vem tomar o amargo q é meu papo... Vem se delirar nas minhas confissões
Enojada
Não consegue ficar mais do que um bom dia, então só balança a cabeça por obrigação... Ainda vem me dizer ‘Fácil’!
Fácil? De verdade, nenhum pouco, olhando esse ser que tanto me faz falta, destinada a ser feliz somente em companhia de outra pessoa
Desolada.