Romanceando a Morte
Vivo um romance com a desavença
bebo e me atrevo, descrevo a taça
Num ligeiro inferno sinto na doença
que me descrevo e atrevo ser caça.
Conto trinta e três gotas de veneno
a equiparar as vértebras consumidas
Minha tetraplegia me tornou pequeno
nos meus desejos de morte assumidas.
Porque o querer dum manto diáfano
se a morte não é um crime profano?
Silêncio é a resposta para a lucidez.
Ninguém quer se sentir mais coerente
pois a sinceridade faz-se impertinente
Sonsidade, a resposta a sua sensatez.