Pacientemente Torno-me Humano
Pacientemente torno-me humano
do braço cansado de tanta luta
Alma oriunda dum berço arcano
pela afeição de toda força bruta.
Eu era, sou e serei – isto é o fato
Na insípida qualidade de aurora
Uma visão transcendental do relato
que vive desde tempos de outrora.
Saboreio silêncio a vagar no mundo
cambaleando na névoa do cemitério
Me parece que a dor não tem fundo
é a tal nobreza do rodeio funéreo.
Um caminho distante para a vida
torpe retrato desta missa opulenta
Lentamente se contenta na despedida
da realidade inconstante e desatenta.