Rito dos Poetas Mortos

No jardim das patologias diacrônicas,

Espero o concerto dos falecidos poetas,

Sensibilizado pelas ideias teosóficas,

Descaminho nos enterros destes profetas.

É local funesto onde mora a filactéria,

O bucólico coliseu onde não se usa manta,

Onde os vermes suguem a última bactéria,

Aonde os vivos pensam e a morte canta.

Luxo é dispensável aonde não há paredes,

Aonde os galhos secos depositam lástimas,

Nem excessos, já que não há fome ou sede.

As almas não compreendem a pantomima,

Pois deste lugar sereno só o trapo é hóspede,

E elas em tempo, não irão dar a mínima!

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 25/06/2016
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