Rito dos Poetas Mortos
No jardim das patologias diacrônicas,
Espero o concerto dos falecidos poetas,
Sensibilizado pelas ideias teosóficas,
Descaminho nos enterros destes profetas.
É local funesto onde mora a filactéria,
O bucólico coliseu onde não se usa manta,
Onde os vermes suguem a última bactéria,
Aonde os vivos pensam e a morte canta.
Luxo é dispensável aonde não há paredes,
Aonde os galhos secos depositam lástimas,
Nem excessos, já que não há fome ou sede.
As almas não compreendem a pantomima,
Pois deste lugar sereno só o trapo é hóspede,
E elas em tempo, não irão dar a mínima!