Meu Odiado Diário
Passaram-se três dias e ainda preso em meu quarto
A fome me mata e não consigo matar ela
O vidro da janela dos reflexos já está farto
Das lágrimas do meu rosto e brilho das chamas de todas as velas
Por mais que eu goste
A escuridão me incomoda
Por mais que grite ou chore
Ninguém me ouve lá fora
As cortinas amarelas
Mostram que o tempo encanta
Percebo que nada se planeja
Pois um dia elas foram brancas
O céu já não me vê
Somente o chão eu vejo
Não adianta em algo crer
Se em minha volta há somente desejos
Me despeço desse diário
De mim já estou muito distante
Para escrever não há mais espaço
E a tinta é meu sangue