O Fim
Não me debulho por mais uma atitude alheia
nem me destrono pela indelicadeza mais dura
Não me orgulho ao saber que a alma permeia
nem semeia a cordialidade como forma de cura.
Se o meu coração se apagou diante do brilho
que formou todas as cegueiras da tua matéria
Sou um pai que percebeu a morte dum filho
e que absorveu o rebento através da filactéria.
Na unificação das dualidades eu me consagrei
pois as arenas de sangue e de loucura reneguei
Um sobrevivente dos sentimentos, sou meu rei
pelas brumas dos paradoxos jamais me apaguei.
Exalta que o início não se deu desta maneira
a altura das recomendações há muito se passou
O homem vive e revive diante de sua beira
enfim, ele se torna - no fim - aquilo que sonhou.