A Tabacaria

É o charme colérico do suicídio

Em morbidez divinal em sociedade

É o alarde feérico do excídio

Na áurea unguinal da realidade.

Misantropicamente os alvéolos juram

As vísceras torácicas de morte lenta

Onde os sorrisos jamais perduram

E a derme assim definha sebenta.

As antíteses destoam desse ambiente

Belo, arrojado e naturalmente doente

Na absolvição da realidade insana.

A alma é lúgubre, tão logo mundana,

Na teratologia do suicida consciente

Espreitando o rigor mortis decadente.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 08/06/2016
Código do texto: T5660764
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