Coveiro ao Luar

Em mais uma obnubilante madrugada

sabe a regra do homem da matemática

Somam-se as covas abertas na terra calada

com os caixões por exigência pragmática.

Ante ao esoterismo dos parentes e relativos

o cadáver se exalta, exalando seus gases

Onde pascem os elogios funestos e receptivos

mas que a alma já não ouve mais as frases.

Calma, não adianta dispersar as lágrimas

Do que vale criar um vale de novas lástimas?

É o veneno aborígene dos ritos sepulcrais!

Compreenda que tudo na existência é finito

e das valências, só lhe sobrou o derradeiro rito

Que nem mesmo estarás para ouvir os recitais!

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 06/06/2016
Código do texto: T5658614
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