Coveiro ao Luar
Em mais uma obnubilante madrugada
sabe a regra do homem da matemática
Somam-se as covas abertas na terra calada
com os caixões por exigência pragmática.
Ante ao esoterismo dos parentes e relativos
o cadáver se exalta, exalando seus gases
Onde pascem os elogios funestos e receptivos
mas que a alma já não ouve mais as frases.
Calma, não adianta dispersar as lágrimas
Do que vale criar um vale de novas lástimas?
É o veneno aborígene dos ritos sepulcrais!
Compreenda que tudo na existência é finito
e das valências, só lhe sobrou o derradeiro rito
Que nem mesmo estarás para ouvir os recitais!