O Corvo
*Poema inspirado em "O Corvo", de Edgar Allan Poe*
Eu sou a noite que o frio trás
Sou tudo o que achei que queria ser um tempo atras
Ontem, hoje, amanhã .. Quem estava, mas já não está
Sabe, sabia ... Dentro de não muito tempo saberá
Que eu sou a confunsão, sou a inconveniência de um dia mais
Quando se repousa sobre a cama, e pensamentos se revolvem
Não satisfeitos com minha trama, e situação na qual me encontro
Se meus pensamentos fosse como um corvo
Preto, de semblante triste e sofrido
Lhe convidaria para um drinque, caro amigo
Ja estou louco o suficiente
Para que voce me torture como seu inimigo
Todas as noites onde meu espirito
É ungido pelo frio ríspido
Enviado da natureza, me deixe dormir maldita ave
Sei muito bem que não sei o que farei em seguida
Sei muito bem que desperdiço minha vida
Se acho que pra este momento há saída
Que tudo se ajeita no final, eu leio uma mentira
É preciso de finais tristes, e nisso a vida é precisa
Quem sou eu pra achar que terei
Um rumo coerente se de tudo tentei
E que não me assemelho com mais ninguem, disso eu sei
Que sou fora de meu tempo, mas dele nunca rumei
Pois foi fora de minha escolha .. E disso eu sei
Nasci aqui, e aqui vivi embora devesse estar em outro lugar
Outro tempo, outros versos, outro corvo a me olhar
Com outras coisas pra me dizer, aqui você, que me diz tanto com seu olhar
Minha vida eu mesmo desfiz, e o fiz, com minhas própias mãos
Parte por parte destruí, não vendo o mal que fiz então
Colho agora as consequências, vendo o corvo me consumir em seu olhar
Escrevo esta poesia, ja que de nada mais sei fazer nem imagino, nem pensar
Nasci artista, morrerei assim, mais perto do que se imagina
Ave divina ...
Sei bem o seu propósito
Sei que trouxe consigo, debaixo do olhar inóspito
Aproveitar o embalo da minha caneta
E pedir este meu autógrafo
Em meu própio prontuario de óbito
Que os demônios te carreguem, no seu olhar eu vejo o meu própio
Pois você é eu e disso eu sei
Veio me ver, antes que fosse tarde
Veio agradecer por toda a dor que eu lhe causaste
Somos os unicos capazes de transformar sangue em arte
E se depois de tudo meu coração ainda bate
Que a vida não pense que ela terá o meu abate
Eu sou vida, eu sou aparte
De tudo o que voce julga calmo ou calma
Obrigado eu mesmo, obrigado ó corvo
Por ter vindo buscar a minha alma