Lágrima Mordaz

Dum oceano de prantos mordazes,

Caiu o licor escondido das orbitais,

O rosto nu não é dos mais eficazes,

Deve se esconder durante recitais.

De tantas mágoas a alma não dana,

Só se obstrui em segura opacidade,

Até que a fidelidade alguém emana,

Na sombra da intrínseca mortalidade.

Por isso que nas músicas de câmara,

Ela prostra-se sobre os olhos ofídicos,

Enquanto analisa esta protusa seara,

Espera o encontro de lastro fatídico.

A alcunha de cerzir a própria cara,

Nem sempre é ato de dissimulação,

Todo mundo um dia usou a máscara,

É intuito da personalíssima proteção.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 27/05/2016
Código do texto: T5648434
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.