Lágrima Mordaz
Dum oceano de prantos mordazes,
Caiu o licor escondido das orbitais,
O rosto nu não é dos mais eficazes,
Deve se esconder durante recitais.
De tantas mágoas a alma não dana,
Só se obstrui em segura opacidade,
Até que a fidelidade alguém emana,
Na sombra da intrínseca mortalidade.
Por isso que nas músicas de câmara,
Ela prostra-se sobre os olhos ofídicos,
Enquanto analisa esta protusa seara,
Espera o encontro de lastro fatídico.
A alcunha de cerzir a própria cara,
Nem sempre é ato de dissimulação,
Todo mundo um dia usou a máscara,
É intuito da personalíssima proteção.