CEIA LÚGUBRE

Minha carne apodrece na catacumba,

Sangue coagulado, refresco de parasita

E a carnificina é o odor que se agita

Dentre paredes que guardam quizumbas

Dum morto alienado às preces dos fiéis...

Vermes deglutem meu cadáver infame,

Saboreando taco a taco nefasta podridão,

Arrotam azedume no horror da refeição

E convidam bactérias vindas em enxames

Que me devoram ansiosas as unhas dos pés.

No palor excêntrico dos ossos há a porose

Dinamitada pela fome dos nocivos insetos

Que vorazes se tornam do tear que é abjeto

Alimentando a festa com macabras doses!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/05/2016
Código do texto: T5646105
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