Fabricação da Morte

A imagem se desliga do elo corpóreo

deslindando o impacto sutil e fugaz

abstrai-se o concreto do ar nemóreo

viramos a solda de um plano audaz.

O que era material se desfaz inteiro.

Chovem almas ressuscitando o morto.

A alma crepita diante do seu roteiro

oscilando entre a dúvida e o conforto.

Mas se o espírito vagueia livremente

e vê a matéria incorporar-se ao chão

surge frase que mostrou-se ausente:

A terra devora ossos, órgãos e caixão.

Somos atordoados pela vil incerteza

nunca sabemos o que acontece depois

várias teorias e a impossível certeza.

É esperar morrer e voltar para contar, ora pois!

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 24/05/2016
Código do texto: T5645086
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.