Ante a Tortura

Dentro do peito sente-se a audição

Da incomoda realidade do momento

Nasce o ser que se remove a emoção

Pois não quer ter mais o sentimento.

É praticar a estranha felicidade infeliz

É ficar ante da chaga na palma da mão

É saber que sua alma fica a um triz

É de conceder a falência do coração.

Na rutilância de cada palavra do verso

Que imagino a quantas anda a loucura

De ver quão meu cérebro está disperso.

Quando se ignora o fastio da ternura

Me pego nas discordâncias no inverso

E me atenho ao que me sobra: a tortura.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 09/05/2016
Código do texto: T5630046
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