Sextilhas na Escuridão
Nos intestinos apodrecidos da terra
a paliatividade da insalubre bondade
entre o clister de alienação exordial
sê metáfora que faz almas em guerra
forjada pela pestilência e a fealdade
eterna, sob a ótica cínica e imemorial.
As falácias se multiplicam no escuro
na sobrevivência de intensa diadexia
na manipulação da dialética diabólica
utilizando o medo para domar o futuro
uma educação alimentada de carestia
um parto que pede medicina ecbólica.
Diante da mitomania niilista do vazio
a cólica lúgubre que turva-lhe a alma
em possessões tirânicas de desespero
a pureza telúrica morta pelo ser vadio
donde o espírito conta o riso e a palma:
Abraço lúdico da raiz do ser morbígero.
Sinto-me como parte física do infinito
um esplendor indecoroso de realidade
na ausência da incólume indiferença
ainda que fragmento do saber erudito
sou duma incerteza e de volatividade
na insistente ciência de vil descrença.
Estou escondido neste abrigo surreal
sou lépido, consistente e irreverente
na diacronia de quem não quer nada
como se fosse factível o som abissal
da intermitência no além do diferente
mastigando a fé até a última camada.
No final das contas: sou feito e refeito
pronto pra ser idealizado e cristalizado
em feéricas reações de excentricidade.
Não há perfeito, nem se quer desfeito
sem jeito, o humano é visado e usado
diagnosticado escravo pela eternidade.