Admirável Necessidade Humana
A admirável necessidade de esperar
Inspirando a própria realidade, o ser
Sendo uma mera decisão de respirar
Ou só a alternativa por ser o não ser?
No mundo solene conspira a solidão
Insípida, na certeza das paredes do ar
Na circunspecção da solícita retidão
Aguardando a ira desmedida do mar.
Francamente, não há lágrima morta
São portas sinceras para o sentimento
Momentos perdidos: a dor que corta
Até ficarmos dormentes no fragmento.
Somos o que somos: pilha de retalhos
Lacerações de tempos ermos, torcidos
Na opressão em encontrar os atalhos
E encontrar a calma longe dos alaridos.