Abismo

Na teleológica sabedoria do oculto

Uma força lhe abduz para o escuro

Com a vilíssima imagem do adulto

Me compadeço do lapso mais puro.

Desde as cosmogonias do universo

Faz mister reconhecer seu drama

Aos poetas e suas agonias em verso

A salientar o magnífico panorama.

Posto a maviosidade do espetáculo

Resta a imperiosa força do vernáculo

De dizer que ela é a analogia do cinismo.

Este paleolítico instrumento do pavor

Eternamente malogrado pelo desfavor

a imensidão hiperbólica lê-se abismo.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 01/05/2016
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