A Extirpação dos Sentimentos
Dizia-se que ao idiota se dá certeza
Assim do romantismo do necromante
Lembra o fedor asqueroso da presa
Achando-se esperto a todo instante
(As vezes morrer devia ser um ato de nobreza.)
Dum cadáver podre nasce o miasma
Um calabouço sensitivo dos vermes
Que remetem a retida alma pasma
Corrói germes, dermes e epidermes
(A estupidez dá luz à escuridão dos fantasmas.)
Na insegurança colérica da afetação
Você compreende o porque do afeto
Onde estruge a loucura de aceitação
É emoção rota e isolada no concreto
(A geração da felicidade vive na moral incineração.)
O sentimento morre antes da gênese
Quando a idiotia faz a ira da convicção
A menção honrosa deste irreal frenesi
Inconstante na mórbida circunspecção.
(Dos mistérios dolorosos surge a carcinogênese.)