A Extirpação dos Sentimentos

Dizia-se que ao idiota se dá certeza

Assim do romantismo do necromante

Lembra o fedor asqueroso da presa

Achando-se esperto a todo instante

(As vezes morrer devia ser um ato de nobreza.)

Dum cadáver podre nasce o miasma

Um calabouço sensitivo dos vermes

Que remetem a retida alma pasma

Corrói germes, dermes e epidermes

(A estupidez dá luz à escuridão dos fantasmas.)

Na insegurança colérica da afetação

Você compreende o porque do afeto

Onde estruge a loucura de aceitação

É emoção rota e isolada no concreto

(A geração da felicidade vive na moral incineração.)

O sentimento morre antes da gênese

Quando a idiotia faz a ira da convicção

A menção honrosa deste irreal frenesi

Inconstante na mórbida circunspecção.

(Dos mistérios dolorosos surge a carcinogênese.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 08/04/2016
Código do texto: T5598456
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