Madrugada Indigesta
O agora me agoura
Pois não sei o que ser
Nem estar ou padecer:
Esta analítica lavoura
Do ver - e - não viver.
Essa lua perverte
O afogar do orvalhoO drenar do talho
Que sequer me verteO escuro não adverte.
Dobro as incertezas
Triplico as vontades
Como sempre no exagero
A hiperbolia das potestades
As indelicadas prestezas
Do inalterado vazio
Que fará parte do passado
Que não pode ser futuro
É um recuo do recuo
O universo não parte.
A reforma é uma arte
Informa a indigestão
Entre tempo e espaçoQue mudam de passo
E já não mais estão
Numa era de descarte.