Madrugada Indigesta

O agora me agoura

Pois não sei o que ser

Nem estar ou padecer:

Esta analítica lavoura

Do ver - e - não viver.

Essa lua perverte

O afogar do orvalhoO drenar do talho

Que sequer me verteO escuro não adverte.

Dobro as incertezas

Triplico as vontades

Como sempre no exagero

A hiperbolia das potestades

As indelicadas prestezas

Do inalterado vazio

Que fará parte do passado

Que não pode ser futuro

É um recuo do recuo

O universo não parte.

A reforma é uma arte

Informa a indigestão

Entre tempo e espaçoQue mudam de passo

E já não mais estão

Numa era de descarte.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 12/02/2016
Código do texto: T5540901
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