o véu da noiva
O silêncio grita, já é noite
A angustia vai surgindo, feito flor na primavera
A neblina logo chega e com ela um calafrio
É então que me pergunto, onde esta o meu fuzil?
O silêncio barulhento, grita, grita sem sessar
Nos ouvidos desse velho que um dia guerreara
De repente um barulho, de ajoelhos vou ao chão
O metal canta, eu desmaio com a mão no coração
Quando acordo estou sangrando com um ferimento no peito
É, levei um tiro!
Só não sei de onde veio
O calafrio então aumenta
Quando a vejo chegando
Toda linda e elegante naquele vestido branco
Seus cabelos ao vento
Suas vestes ao luar
O coração despedaçado
A maldade no olhar
Semblante frio e mórbido ela exala onde passa
Noite fria, neblina densa é a fachada de sua casa
Vestido branco e véu preto, é o que ela vem usando
Me apresento, ela me beija, depois segue vai andando
Presenciando ela partir
Fico então sem entender nada
Pois a noiva morta viva não me disse uma palavra.