O Dia em que Amaldiçoei o Universo
Não tente minha fúria aplacar
Odeio essa aura de complacência
Não venha me chamar pra conversar
Para sua hipocrisia não há anuência
Não estou tentando me sentir melhor
Só desejo ao Universo tudo de pior
Afasta-te e te esconde num lugar de sossego
Enquanto destilo pelo mundo meu negro veneno
Não importa mais, está acabando o tempo
E vou adorar ficar a ver todos pedindo arrego
Reabriram minha ferida, me encheram de dor
Só amaldiçoo o Universo ao mais profundo horror
Não perca tempo me perguntando o motivo
Aceite de uma vez que mereces o castigo
Sofri o suficiente, o que plano não mais colho
Mas o teu pranto, garanto que recolho
Não preciso nem mesmo sair do meu torpor
Só observo o Universo arder em fogo redentor
Cala-te. Escuta. Recolhe-te à tua insignificância
Acabou. É o fim. Morreu a esperança
Não se aplaca o ódio da Rainha das Trevas
Não me mostres o sol se em meu interior neva
Não me importa se um dia já houve esplendor
Roubaram-me a doçura, restou o terror