Corrosão

O vento violentamente agride as grades de minha janela e já não mais posso ver o brilho do sol .

O ar pesado , envolve as folhas e as rosas e o jardim que antes existia deixa de florescer .

Poucas palavras ... já não há mais música espalhada pelos cantos que abriga a sala de minha alma .

O pó acumulado nos móveis desdenham o brilho da vontade.

Um misto de abandono e dor , quando escrevo com afago seu nome em letras mortas .

Lentamente , violentamente ... o dia vai terminando e com ele germinando os sulcos de sentimentos repetidos .

O tempo vai pingando em atritos , atritos pingados , molhando e manchando a roupa nova e perfumada de um dia atras , alterando a cor e a marca daquilo que julgava , o ser , melhor escolhido .

Acido e poluente , tempestivo , frescor e ardor , afiguram o caminhar de um homem e de seu sentimento perante a alma que escolheu solitariamente em uma noite sedenta de paz .

Em cada batalha nos campos de algodão via um lençol branco dançando com o vento . Nossa música espalhava-se como flechas indo ao encontro dos corações de um exercito perdido , sofrido , repleto do ódio e do medo de amar .

E assim que selamos a glória ! uma jura de fidelidade e de lutas que nos colocaria a prova dia a dia , campo a campo , entre o nosso maior inimigo . O tempo .

Luciano Moska
Enviado por Luciano Moska em 02/02/2016
Código do texto: T5530882
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