Ainda Não Acordei
Hoje me fiz desfeito de estamina,
O amanhã me roubou a certeza,
Quando ontem já era morfina,
A loucura era sinônimo de destreza.
Eu acredito que o sono não existe,
São tempos em que nada acontece,
O encontro de algo que não desiste,
Duma sede que jamais me apetece.
Como uma máquina de catarses,
Me desfaço como madrugada,
Na paradoxal espera da verdade.
Entre as mentes e suas sinapses,
Uma graça que me desagrada,
Estar morto dentro da realidade.