O Lobo-Zumbi
Co´as tuas carnes sangrentas,
Que comes tudo, em sangue asco...
És tu, um lobo malvado,
Mas preto, como o carrasco.
Olhar do mal que me assombra,
Que a tua pele é perversa
E preta... A cor do negror,
Almoça a carne dispersa.
Profundamente imortal
Co´um doce almoço da morte
À sânie informe dos bichos,
Quem amas, com que eu me importe.
A tua casa é o castelo,
Os olhos pretos! São vis!
Conquanto nunca vês mais
Que culpas, gritas e ris.
Quer no apetite sinistro?
Caçando os mortos com dor
Na má visceralidade,
Comida, mosca, fedor...
Comeste o corpo na cova,
Faminto, o canibalismo
Que fosse o puro desejo,
Oh fúnebre surrealismo.
Um osso sempre fedido
Para torná-lo mortal,
À Angra, que estás estripado
Com forma tão canibal.
Essa miséria da noite,
O luar medonho que assusta
Canibalmente maldito,
É a maldição bem augusta.
Escuridão que te almeja
Funebremente, é o defunto
Quem tremes, temes e imerges,
Serás comido, ainda junto.
Aqui é o Lobo Zumbi!
Um monstro já decomposto,
Também misera o esqueleto,
A cova suja do posto.
Lucas Munhoz
(16/01/2015)