A Mulher a Enésima Potência
Que Abramelin interceda
E pela sua alma proceda
Para que ouças A voz.
Ela é filha da luz do Sephiroth
Alguns dizem que ela é Qliphoth
Mas nem o hermetismo influente
Diria com a certeza nos dentes
Que mal que ela faz se faz o bem.
Desde tão cedo a mulher
É confundida entre as bestas
Do amante ao indecente
Sem a certeza contundente
Entre as melhores metáforas
Prefiro dizer que ela se torna
A magia do minutum mundum.
Ela é uma viagem de sentimentos
Eivada de treze mil momentos
Do entusiasmo ao marasmo
Das reclamações às aclamações
O calor de uma estrela sagaz
O temor que se locomove fugaz
De uma realidade impressa
Depressa quanto os hormônios.
Ela é feita dos elementos
Desfeita e refeita nos tormentos
Um alento paradoxal da loucura
Que a flux da Kundalini vê a cura
Da mesma realidade doente
Que se habita entre os entes
Agraciando anos de descaso
Quando bate a porta do acaso
E se comemora a eternidade
Através de um sorriso sereno.
Ela é projetada em extremos
É um oceano supremo
De energia e panacéia
Onde a petite mort vira odisséia
Que nenhuma civilização
Um dia pensou em ignorar
Apesar da historicidade
Por vezes, é verdade
Deixou a desejar sobre seu valor.
E ao pormenorizar
Ou contemporizar
Sobre a existência e nobreza
Sentir-se-á fúria da natureza
Até que respeite que sem ela
Vive-se a injúria do fim do mundo
Na dúvida do entendimento
Dos sentidos e seu alento
Volte aos relicários antigos
Sob a benção dos magos e repita:
Que Abramelin interceda
E pela sua alma proceda
Para que ouças A voz.