A Mulher a Enésima Potência

Que Abramelin interceda

E pela sua alma proceda

Para que ouças A voz.

Ela é filha da luz do Sephiroth

Alguns dizem que ela é Qliphoth

Mas nem o hermetismo influente

Diria com a certeza nos dentes

Que mal que ela faz se faz o bem.

Desde tão cedo a mulher

É confundida entre as bestas

Do amante ao indecente

Sem a certeza contundente

Entre as melhores metáforas

Prefiro dizer que ela se torna

A magia do minutum mundum.

Ela é uma viagem de sentimentos

Eivada de treze mil momentos

Do entusiasmo ao marasmo

Das reclamações às aclamações

O calor de uma estrela sagaz

O temor que se locomove fugaz

De uma realidade impressa

Depressa quanto os hormônios.

Ela é feita dos elementos

Desfeita e refeita nos tormentos

Um alento paradoxal da loucura

Que a flux da Kundalini vê a cura

Da mesma realidade doente

Que se habita entre os entes

Agraciando anos de descaso

Quando bate a porta do acaso

E se comemora a eternidade

Através de um sorriso sereno.

Ela é projetada em extremos

É um oceano supremo

De energia e panacéia

Onde a petite mort vira odisséia

Que nenhuma civilização

Um dia pensou em ignorar

Apesar da historicidade

Por vezes, é verdade

Deixou a desejar sobre seu valor.

E ao pormenorizar

Ou contemporizar

Sobre a existência e nobreza

Sentir-se-á fúria da natureza

Até que respeite que sem ela

Vive-se a injúria do fim do mundo

Na dúvida do entendimento

Dos sentidos e seu alento

Volte aos relicários antigos

Sob a benção dos magos e repita:

Que Abramelin interceda

E pela sua alma proceda

Para que ouças A voz.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 01/01/2016
Código do texto: T5496916
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